Alegado raptor "inclinado" para requerer instrução
"Estamos inclinados para requerer a instrução do processo. Posso adiantar mesmo que já pedimos a prorrogação do prazo para a abertura da instrução", disse o advogado Paulo Gomes, do escritório que defende Afonso Dias, acusado de fazer desaparecer Rui Pedro há 13 anos. Em geral, os requerimentos para abertura da instrução do processo - uma fase em que se filtra a acusação do Ministério Público - devem ser feitos em 20 dias a contar da data da comunicação da acusação. Paulo Gomes disse que invocou a natureza complexa do processo para pedir a prorrogação do prazo, que pode ser estendido por mais dez ou 20 dias.
"Há entendimentos diferentes sobre se o prazo adicional é de mais dez ou 20 dias. Vou deixar isso ao critério do juiz", disse, explicando que o pedido se radica no facto de ter de estudar mais de quatro mil páginas do processo. Os testemunhos centrais da acusação, de pessoas de menor idade à data dos factos, mas também de uma prostituta, e a alegada inexistência de prova técnica que comprove a presença de Rui Pedro no carro de Afonso Dias são argumentos que a defesa do arguido estuda, mas Paulo Gomes não quis adiantar detalhes, por não ter concluído a análise do processo.
Rui Pedro Teixeira Mendonça desapareceu em Lousada em 04 de Março de 1998, tinha então 11 anos de idade, mas o despacho final de acusação, elaborador pelo procurador Vítor Magalhães, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, só foi concluído em 11 de Fevereiro deste ano. A acusação não permite saber o que aconteceu ao jovem nem se este está vivo ou morto, segundo o advogado da família, Ricardo Sá Fernandes.